Jornal Folha das Máquinas, Panambi, 21/09/2012 | Por Lucas Mendes
Atenção
para duas notícias: “Poupança pode ser mais arriscada do que parece” (InfoMoney,
22/08/2012) e “Número de investidores de fundos imobiliários cresce 35% no ano”
(InfoMoney, 04/09/2012).
Sobre
a primeira notícia. A poupança é considerada um dos investimentos mais seguros que
existem, daí sua forte popularidade no país. No entanto, estudo do economista
Richard Rytenband divulgado recentemente revelou que ao longo dos últimos 22
anos, a rentabilidade da poupança na metade deste período ficou negativa quando
descontada a inflação medida pelo IGP-M.
Talvez
isto surpreenda. Entretanto, o problema ainda está por vir. A rentabilidade da
poupança vai piorar ainda mais por duas razões: primeiro, em virtude da sua nova
regra em vigor desde maio deste ano e, segundo, pela pressão inflacionária
estimada para os próximos meses.
Sobre
a nova regra da poupança, se a SELIC, que é a taxa básica de juros da economia,
atingir o patamar de 8,5% ou menos ao ano, a poupança deixa de render os 0,5% +
TR ao mês, para render 70% da SELIC + TR. Considerando que a SELIC já está em
7,5% ao ano a poupança está rendendo 5,25% + TR. Levando em conta a inflação
estimada em 5,6% para 2012, a poupança já está no negativo. Portanto, quem não
quiser perder dinheiro terá que buscar outras alternativas de investimento. Daí
a importância da segunda notícia.
Os
fundos imobiliários, como vimos no artigo anterior, oferecem excelente
rentabilidade e garantem algumas importantes vantagens. Destaco quatro. Primeira: aplicações em fundos
imobiliários rendem 0,80% ao mês isento de imposto de renda. Segunda: eventualmente o investidor
ainda obtém ganho de capital pela valorização da cota do fundo. Aqui cumpre
dizer que a lógica de valorização dos fundos imobiliários não acompanham a
lógica do mercado imobiliário regional, em que talvez os preços já tenham
atingido ou estão muito próximo ao topo de valorização. Os imóveis atrelados
aos fundos são imóveis corporativos, alugados para empresas como Petrobrás,
Gerdau, Itaú, Caixa Econômica Federal, e possuem contratos de locação por 10,
15 anos, o que garante a rentabilidade ao longo do tempo.
Em
terceiro lugar, o aluguel mensal é
corrigido anualmente pelo IPCA ou IGP-M (depende do fundo), o que - diferente
da poupança -, garante ao investidor proteção contra a inflação. Por fim, em quarto lugar, com rentabilidade ao redor de 0,80% ao mês (há meses que
chega a superar 1%) a demanda por fundos imobiliários vai aumentar ainda mais,
tendo em vista a queda na rentabilidade dos investimentos tradicionais. E aqui
um olhar para o novo cenário. Com o aumento da demanda dos investidores por
fundos imobiliários, o valor da cota dos fundos tende a se valorizar, acrescentando
um ganho de capital na própria cota do fundo. Só neste ano, a média de
valorização das cotas dos fundos imobiliários já superou os 30%.
Diante
do exposto, alertamos para os cuidados com as aplicações em poupança e estimulamos
o leitor para que busque informações sobre alternativas de investimentos,
principalmente que se informe sobre os fundos imobiliários e aproveite este
inédito momento econômico para rentabilizar suas aplicações financeiras.
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